segunda-feira, 13 de maio de 2019

Mais perseguição aos Católicos da África

Seis mortos em ataque a igreja católica no Burkina Faso

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20 a 30 homens armados mataram um padre e cinco outras pessoas a tiro antes de pegarem fogo à igreja, a lojas e a um café próximo. Não há detenções e o atentado não foi reivindicado.

Atacantes atearam fogo à igreja
Dia Online/Twitter
Um grupo de homens armados chegou de mota a uma igreja católica na cidade de Dablo, no Burkina Faso, interrompendo uma missa e matando a tiro seis pessoas. O The Guardian indica que os atacantes fizeram várias pessoas reféns antes de fugirem. A France 24 cita uma fonte dos serviços de segurança do país que indica que o atentado foi levado a cabo por “20 a 30 homens armados“.




Gunmen on motorcycles stormed a church in Burkina Faso 🇧🇫 Dablo on Sunday morning, killing 6 men, including the priest, before setting fire to the church and buildings in the areahttps://www.aib.media/blog/2019/05/burkina-six-catholiques-tues-dans-lattaque-dune-eglise/ 


Em comunicado oficial, o governo do país indica que os terroristas atearam propositadamente fogo à igreja, a uma loja próxima e a dois carros. Durante a fuga, os terroristas saquearam ainda um centro hospital local, destruindo o carro de um enfermeiro, de acordocom a CNN. A Vox avança que os atacantes terão destruído propositadamente estabelecimentos que servisse álcool. Os incêndios aparentam já ter sido controlados.




Breaking news ⏰
Burkina Faso, attacco ad una chiesa. Uccisi un prete e cinque fedeli.
L'irruzione di un gruppo di jihadisti nella parrocchia di Beato Isidore Bakanja di Dablo in Burkina Faso, ha ucciso il sacerdote Abbé Siméon Yampa, di 34 anni, e altre 5 persone.


A BBC afirma que os residentes estão frustrados pela demora na resposta das forças militares que se encontravam numa base do exército próxima. Fontes das forças de segurança indicaram à AFP que foram enviados reforços militares desde Barsalogho para ajudar nos esforços de busca e captura.
O presidente da câmara municipal de Dablo, Ousmane Zongo, explicou ao The Guardian que não foram feitas quaisquer detenções, e que se vive na cidade um “clima de terror”. A zona do ataque foi isolada pelo exército e a população recebeu ordens para permanecer dentro de casa.


Os franceses Patrick Picque (à direita) e Laurent Lassimouillas (à esquerda) falam à imprensa depois de serem resgatados pelos militares franceses. Ao centro, uma refém sul-coreana que não foi identificada. (FRANCOIS GUILLOT/AFP/Getty Images)
Segundo a AFP, desde 2015 morreram 400 pessoas no país em atentados terroristas levados a cabo por grupos extremistas islâmicos incluindo o Ansarul Islam, o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos e o auto-proclamado Estado Islâmico do Grande Saara. Em abril, quatro católicos foram mortos numa aldeia próxima de Dablo. Semanas depois, um ataque a uma igreja protestante em Silgadji fez seis mortos.
Em fevereiro, o padre salesiano espanhol Antonio Cesar Fernandez fora morto na fronteira do Burkina Faso com o Togo, num ataque que tirou a vida também a quatro guardas fronteiriços. Também este ataque foi levado a cabo por um grupo de 20 homens armados.
O Centro Africano para Estudos Estratégicos nota que em 2015 houve três atos terroristas no país ligados ao extremismo islâmico. Em 2018 o número atingiu os 137.
Tanto a França — que colonizou o país até 1958 — como os Estados Unidos da América mantêm no Burkina Faso forças militares para combater grupos terroristas locais com ligações à al-Qaeda e ao auto-proclamado Estado Islâmico. A França tem cinco mil soldados entre Mali, Burkina Faso, Níger e Chade.
Os Estados Unidos anunciaram em fevereiro que iriam reforçar a sua presença na região. Segundo a CNN, os norte-americanos estavam a ponderar enviar mais conselheiros militares, operacionais dos serviços de informação e material de vigilância, como, por exemplo, drones para ajudar no combate à ameaça terrorista crescente. A administração Trump, contudo, mantinha a intenção de diminuir o número de militares no continente africano.

Políticos internacionais condenam o ataque

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, reagiu ao atentado através do Twitter: “Estou horrorizado pelas notícias que chegam do Burkina Faso. Novamente um local de fé é alvo de violência. Os espaços de preces devem ser abrigos, não alvos“.
Em março, 50 pessoas foram mortas em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia. O atirador estava ligado ao movimento de supremacia racial branca. Já no final de abril, um único atacante, de extrema-direita, matou uma pessoa e feriu outras três num ataque a uma sinagoga na Califórnia, Estados Unidos da América.
Appalled by the news coming from Burkina Faso. Once again, a place of worship is the target of violence. Houses of worship should be havens, not targets.
449 pessoas estão falando sobre isso
Já o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, sublinhou que “o genocídio de cristãos por todo o mundo tem de parar”.
A priest and five worshippers were killed in during mass. My thoughts go out to the families of the victims. The genocide of Christians around the world must stop!
226 pessoas estão falando sobre isso
O presidente do Burkina Faso, Roch Kaboré, demonstrou pesar após o atentado, em declarações ao Burkina 24: “Condeno energicamente o ataque levado a cabo contra a igreja católica de Dablo. É completamente inaceitável“.
O maior partido da oposição, o UPC, chamou atenção para o crescendo de violência religiosa no Burkina Faso, considerando a série de ataques a igrejas nos últimos meses como uma “nova tática” de um inimigo comum: “A estratégia consiste em dividir-nos, a opor-nos para nos fazer combater”. O UPC pediu que o regresso da “tolerância lendária” do país.
Cerca de 60% da população do Burkina Faso é muçulmana, enquanto que 23% pratica o cristianismo, segundo um censo de 2006. Historicamente, os dois grupos mantiveram relações pacíficas, mas houve um aumento visível nos incidentes violentos nos últimos quatro anos, ligado à crescente presença de grupos extremistas na região.

**Notícia atualizada às 23h18 de 12 de maio de 2019, corrigindo um erro na tradução das declarações de António Guterres**
Siméon Yampa, um padre de 34, foi uma das vítimas mortais

Burkina Faso vive crescendo de violência terrorista

Este é o terceiro ataque a igrejas católicas no país em cinco semanas, e surge dois dias depois das forças especiais francesas terem libertado quatro pessoas sequestradas no norte do país. Dois soldados
morreram durante o resgate. Temia-se que os reféns fossem entregues a um grupo extremista islâmico, a Frente de Libertação de Macina.



Os franceses Patrick Picque (à direita) e Laurent Lassimouillas (à esquerda) falam à imprensa depois de serem resgatados pelos militares franceses. Ao centro, uma refém sul-coreana que não foi identificada. (FRANCOIS GUILLOT/AFP/Getty Images)
Segundo a AFP, desde 2015 morreram 400 pessoas no país em atentados terroristas levados a cabo por grupos extremistas islâmicos incluindo o Ansarul Islam, o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos e o auto-proclamado Estado Islâmico do Grande Saara. Em abril, quatro católicos foram mortos numa aldeia próxima de Dablo. Semanas depois, um ataque a uma igreja protestante em Silgadji fez seis mortos.
Em fevereiro, o padre salesiano espanhol Antonio Cesar Fernandez fora morto na fronteira do Burkina Faso com o Togo, num ataque que tirou a vida também a quatro guardas fronteiriços. Também este ataque foi levado a cabo por um grupo de 20 homens armados.
O Centro Africano para Estudos Estratégicos nota que em 2015 houve três atos terroristas no país ligados ao extremismo islâmico. Em 2018 o número atingiu os 137.
Tanto a França — que colonizou o país até 1958 — como os Estados Unidos da América mantêm no Burkina Faso forças militares para combater grupos terroristas locais com ligações à al-Qaeda e ao auto-proclamado Estado Islâmico. A França tem cinco mil soldados entre Mali, Burkina Faso, Níger e Chade.
Os Estados Unidos anunciaram em fevereiro que iriam reforçar a sua presença na região. Segundo a CNN, os norte-americanos estavam a ponderar enviar mais conselheiros militares, operacionais dos serviços de informação e material de vigilância, como, por exemplo, drones para ajudar no combate à ameaça terrorista crescente. A administração Trump, contudo, mantinha a intenção de diminuir o número de militares no continente africano.

Políticos internacionais condenam o ataque

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, reagiu ao atentado através do Twitter: “Estou horrorizado pelas notícias que chegam do Burkina Faso. Novamente um local de fé é alvo de violência. Os espaços de preces devem ser abrigos, não alvos“.
Em março, 50 pessoas foram mortas em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia. O atirador estava ligado ao movimento de supremacia racial branca. Já no final de abril, um único atacante, de extrema-direita, matou uma pessoa e feriu outras três num ataque a uma sinagoga na Califórnia, Estados Unidos da América.
Appalled by the news coming from Burkina Faso. Once again, a place of worship is the target of violence. Houses of worship should be havens, not targets.

449 pessoas estão falando sobre isso
Já o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, sublinhou que “o genocídio de cristãos por todo o mundo tem de parar”.
A priest and five worshippers were killed in during mass. My thoughts go out to the families of the victims. The genocide of Christians around the world must stop!

226 pessoas estão falando sobre isso
O presidente do Burkina Faso, Roch Kaboré, demonstrou pesar após o atentado, em declarações ao Burkina 24: “Condeno energicamente o ataque levado a cabo contra a igreja católica de Dablo. É completamente inaceitável“.
O maior partido da oposição, o UPC, chamou atenção para o crescendo de violência religiosa no Burkina Faso, considerando a série de ataques a igrejas nos últimos meses como uma “nova tática” de um inimigo comum: “A estratégia consiste em dividir-nos, a opor-nos para nos fazer combater”. O UPC pediu que o regresso da “tolerância lendária” do país.
Cerca de 60% da população do Burkina Faso é muçulmana, enquanto que 23% pratica o cristianismo, segundo um censo de 2006. Historicamente, os dois grupos mantiveram relações pacíficas, mas houve um aumento visível nos incidentes violentos nos últimos quatro anos, ligado à crescente presença de grupos extremistas na região.

**Notícia atualizada às 23h18 de 12 de maio de 2019, corrigindo um erro na tradução das declarações de António Guterres**

Os franceses Patrick Picque (à direita) e Laurent Lassimouillas (à esquerda) falam à imprensa depois de serem resgatados pelos militares franceses. Ao centro, uma refém sul-coreana que não foi identificada. (FRANCOIS GUILLOT/AFP/Getty Images)
Segundo a AFP, desde 2015 morreram 400 pessoas no país em atentados terroristas levados a cabo por grupos extremistas islâmicos incluindo o Ansarul Islam, o Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos e o auto-proclamado Estado Islâmico do Grande Saara. Em abril, quatro católicos foram mortos numa aldeia próxima de Dablo. Semanas depois, um ataque a uma igreja protestante em Silgadji fez seis mortos.
Em fevereiro, o padre salesiano espanhol Antonio Cesar Fernandez fora morto na fronteira do Burkina Faso com o Togo, num ataque que tirou a vida também a quatro guardas fronteiriços. Também este ataque foi levado a cabo por um grupo de 20 homens armados.
O Centro Africano para Estudos Estratégicos nota que em 2015 houve três atos terroristas no país ligados ao extremismo islâmico. Em 2018 o número atingiu os 137.
Tanto a França — que colonizou o país até 1958 — como os Estados Unidos da América mantêm no Burkina Faso forças militares para combater grupos terroristas locais com ligações à al-Qaeda e ao auto-proclamado Estado Islâmico. A França tem cinco mil soldados entre Mali, Burkina Faso, Níger e Chade.
Os Estados Unidos anunciaram em fevereiro que iriam reforçar a sua presença na região. Segundo a CNN, os norte-americanos estavam a ponderar enviar mais conselheiros militares, operacionais dos serviços de informação e material de vigilância, como, por exemplo, drones para ajudar no combate à ameaça terrorista crescente. A administração Trump, contudo, mantinha a intenção de diminuir o número de militares no continente africano.

Políticos internacionais condenam o ataque

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, reagiu ao atentado através do Twitter: “Estou horrorizado pelas notícias que chegam do Burkina Faso. Novamente um local de fé é alvo de violência. Os espaços de preces devem ser abrigos, não alvos“.
Em março, 50 pessoas foram mortas em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia. O atirador estava ligado ao movimento de supremacia racial branca. Já no final de abril, um único atacante, de extrema-direita, matou uma pessoa e feriu outras três num ataque a uma sinagoga na Califórnia, Estados Unidos da América.

Appalled by the news coming from Burkina Faso. Once again, a place of worship is the target of violence. Houses of worship should be havens, not targets.


Já o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, sublinhou que “o genocídio de cristãos por todo o mundo tem de parar”.

A priest and five worshippers were killed in during mass. My thoughts go out to the families of the victims. The genocide of Christians around the world must stop!


O presidente do Burkina Faso, Roch Kaboré, demonstrou pesar após o atentado, em declarações ao Burkina 24: “Condeno energicamente o ataque levado a cabo contra a igreja católica de Dablo. É completamente inaceitável“.


O maior partido da oposição, o UPC, chamou atenção para o crescendo de violência religiosa no Burkina Faso, considerando a série de ataques a igrejas nos últimos meses como uma “nova tática” de um inimigo comum: “A estratégia consiste em dividir-nos, a opor-nos para nos fazer combater”. O UPC pediu que o regresso da “tolerância lendária” do país.
Cerca de 60% da população do Burkina Faso é muçulmana, enquanto que 23% pratica o cristianismo, segundo um censo de 2006. Historicamente, os dois grupos mantiveram relações pacíficas, mas houve um aumento visível nos incidentes violentos nos últimos quatro anos, ligado à crescente presença de grupos extremistas na região.
**Notícia atualizada às 23h18 de 12 de maio de 2019, corrigindo um erro na tradução das declarações de António Guterres**

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