sábado, 4 de abril de 2015

O Islã massacra cristãos de novo: Quênia


Ataque do Al-Shabab deixa 147 mortos (cristãos) em universidade no nordeste do Quênia

O ESTADO DE S. PAULO
02 Abril 2015 | 09h 05

Militantes atacaram dormitórios e tinham como alvo cristãos da Universidade Garissa; pelo menos 79 pessoas ficaram feridas


(Atualizado às 15h33) NAIRÓBI - Integrantes do grupo extremista Al-Shabab atacaram uma universidade no nordeste do Quênia na manhã desta quinta-feira, 2, matando 147 pessoas, segundo o ministro do Interior, Joseph Nkaissery. Outras 79 ficaram feridas. O ataque teve como alvo os cristãos que estudam na Universidade Garissa, disseram testemunhas.
De acordo com as forças de segurança quenianas, os atiradores foram cercados em um dos dormitório da universidade, onde reféns foram mantidos pelos extremistas. À agência Associated Press, sobreviventes descreveram cenas angustiantes: as pessoas foram impiedosamente alvejadas e disparos eram ouvidos enquanto as vítimas corriam para tentar salvar suas vidas.
Collins Wetangula, vice-presidente do grêmio estudantil, disse que estava se preparando para tomar banho quando ouviu disparos vindos de um dormitório a 150 metros do local onde ele estava, que é habitado tanto por homens quanto por mulheres. O campus tem seis dormitórios e pelo menos 887 alunos, afirmou Wetangula.

ATAQUE DO AL-SHABAD DEIXA MORTOS NO QUENIA
Reuters TV
Veículos de emergência se dirigem até a universidade

O estudante disse que assim que ouviu os tiros trancou-se com outros três colegas em seu quarto. "Tudo que pude ouvir foram passos e disparos. Ninguém gritava porque as pessoas achavam que isso faria com que os atiradores soubessem onde estavam", afirmou. "Os homens diziam a frase 'sisi ni al-Shabab' (que em swaihi significa 'somos do Al-Shabab')", relatou Wetangula.
Quando os atiradores chegaram em seu dormitório, ele pôde ouvi-los abrindo portas e perguntando se as pessoas que estavam escondidas eram muçulmanos ou cristãos. "Se você fosse cristão, era alvejado ali mesmo. A cada disparo eu achava que iria morrer."
Os extremistas começaram a disparar rapidamente, como se houvesse troca de tiros, explicou Wetangula. "Em seguida, vimos, pela janela de trás de nossos quartos pessoas usando uniformes militares que se identificaram como soldados quenianos", disse o estudante. Os soldados retiraram o líder estudantil e outras 20 pessoas do local.
Um porta-voz do Al-Shabab assumiu a autoria do ataque. Ali Mohamud Rage disse numa emissora de rádio que os combatentes do grupo realizam uma "pesada" operação militar no interior do campus.
No momento em que o ataque começou, às 5h30 (horário local), as orações matutinas já haviam começado na mesquita da universidade, onde as pessoas não foram atacadas, segundo o estudante Augustine Alanga, de 21 anos. / AP e REUTERS

Folha de São Paulo 4.4.15

Terroristas do Al Shabaab enganaram estudantes antes de matá-los

Escondida e imobilizada pelo medo, Elosy Karimi ouvia tiros pipocando por todos os lados. Era madrugada, o escuro era total, e homens armados da facção islâmica Al Shabaab haviam acabado de invadir o alojamento da universidade de Garissa.
"Se quiserem sobreviver, saiam", gritaram os milicianos. "Se quiserem morrer, fiquem aí dentro!"
Karimi, 23, decidiu se arriscar e ficar em seu alojamento. Passou as próximas 28 horas escondida num espaço minúsculo no teto sobre sua beliche. "Eu sabia que eles estavam mentindo", disse.
Na sexta (3), quando cinco suspeitos foram presos, novos detalhes vieram à tona sobre como milicianos do Al Shabaab, parcamente armados, conseguiram matar 147 estudantes no pior ataque terrorista no Quênia desde 1998.
Os sobreviventes contaram que muitos estudantes foram enganados, saindo dos alojamentos voluntariamente e obedecendo aos comandos de se deitarem em fileiras apenas para levarem tiros na cabeça.
Alguns terroristas também mandaram os jovens ligarem para suas famílias para lhes dizer que o ataque era uma represália pela intervenção militar queniana na Somália.
O ataque na quinta (2) deixou claro como o Quênia é impotente diante de uma organização terrorista impiedosa. Muitos temem que o país não tenha capacidade de barrar o Al Shabaab, que justificou o ataque dizendo que a universidade "disseminava o cristianismo e os infiéis".
"O atentado foi de baixa tecnologia, teve baixo custo, os riscos eram pequenos e os alvos eram fáceis", disse o analista Kenneth Menkhaus.
Os 682 quilômetros de fronteira entre a Somália, berço do Al Shabaab, e o Quênia praticamente não são vigiados –nem os quenianos possuem recursos para isso.
Os poucos guardas que participam de algumas patrulhas são notoriamente corruptos. Pelo preço certo, deixam passar produtos contrabandeados, caminhões carregados de armas e praticamente qualquer outra coisa.
"É muito difícil, para um país aberto como o Quênia, impedir ataques terroristas", disse Menkhaus. 

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