sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

O que ninguém liga

1 FEVEREIRO, 2016

Aleppo, a ira de um Bispo.

Durante a “Noite dos testemunhos”, organizada anualmente pela “Ajuda à Igreja que Sofre”, o Arcebispo grego-melquita de Aleppo, Dom Jean-Clément Jeanbart, depois de descrever a situação dramática dos aleppinos, falou aos jornalistas que vieram para ouvir. A tradução do original de Boulevard Voltaire.
Por Marco Tosatti – La Stampa | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com: “Os meios de comunicação europeus continuam a distorcer o cotidiano dos que sofrem na Síria e também estão usando isso para justificar o que está acontecendo em nosso país sem jamais checar essas informações”. Assim o bispo deu início ao seu discurso, descendo o chicote nas fontes usadas pela imprensa durante a guerra e que continuam a ser usadas por muitas agências de notícias. Entre elas, “instrumentos da oposição armada, como é o caso do Observatório Sírio de Direitos Humanos, a fonte indiscutível usada pelos meios de comunicação ocidentais”.
Refugiados em um igreja, incerto se Mosul ou Irbil, da página síria “Syrian Christian Resistance”, no Facebook
Refugiados em um igreja, incerto se Mosul ou Irbil, da página síria “Syrian Christian Resistance”, no Facebook.
“É preciso compreender que entre o Estado islâmico e o governo Sírio, a nossa escolha é feita rapidamente. Nós podemos condenar o regime por algumas coisas, mas vocês nunca tentaram ser objetivos”, acusou ainda. Quando lhe foi perguntado se ele poderia explicar sua posição para as autoridades francesas, Dom Jeanbart disse que tinha tentado, antes de lhe terem dito que ele deveria ser “menos crítico”.
Para ele, no entanto, o Ocidente continuou a se calar sobre as atrocidades cometidas pela oposição armada, enquanto denigrem o governo Sírio e seu presidente. “Bashar Assad tem muitas falhas, mas saibam que tem também qualidades”, explicou ele, “as escolas eram gratuitas, os hospitais, mesquitas e igrejas não pagavam nenhum imposto, mas que outros governos na região fazem essas coisas? Sejam honestos! Lembrem-se também que, se nós preferimos apoiar o governo hoje, é porque nós tememos o estabelecimento de uma teocracia sunita que nos privaria do direito de viver em nossa terra”.
Ele continuou: “Sim, eu tentei dizer todas essas coisas às autoridades francesas, mas o que você espera de um Fabius Laurent que pensa que é o Todo-Poderoso para decidir quem merece ou não a viver nesta Terra?” Ele respondeu, aparentemente cansado (Laurent Fabius disse que Assad não merece estar sobre essa terra). “É possível que a França – que eu amo e que me educou através de comunidades religiosas que  tinham se estabelecido na Síria – tenha mudado tanto? É possível que os seus interesses e seu amor ao dinheiro tomaram precedência sobre valores que outrora defendia”? Continuou o arcebispo amargamente.
Sobre os bispos franceses, Dom Jeanbart disse: “Se a Conferência dos Bispos da França tivesse confiado em nós, teria sido melhor informada. Por que os seus bispos se calam diante de uma ameaça que agora é vossa também? Porque os vossos bispos são como todos vocês, acostumado ao politicamente correto! Mas Jesus nunca foi politicamente correto, era politicamente justo!”, bradou.
“A responsabilidade de um bispo é ensinar e usar a sua influência para transmitir a verdade. Os vossos bispos, por que eles têm medo de falar? Naturalmente que serão criticados, mas igualmente lhes será dada uma chance de se defender e de defender esta verdade. Devemos lembrar que a o silêncio às vezes é um sinal de assentimento”.
E até mesmo a política de migração dos países ocidentais foi criticada pelo arcebispo: “O egoísmo e os interesses servis defendidos por seus governantes, no fim, acabarão por assassinar até mesmo vocês. Abram os olhos, pois não viram o que aconteceu recentemente em Paris?”, acrescentou o Arcebispo, antes de concluir com uma súplica: “Precisamos que vocês nos ajudem a viver e permanecer em nossa casa […], eu não posso aceitar ver nossa Igreja de dois mil anos desaparecer. Eu prefiro morrer do que ter que ver isso”.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Boko Haram queima crianças vivas em ataque anticristão na Nigéria

Boko Haram queima crianças vivas em ataque anticristão na Nigéria

Por Diego López Marina

DAEJEON, 04 Fev. 16 / 01:30 pm (ACI).- Terroristas muçulmanos atacaram a cidade de Dalori (Nigéria) no último dia 30 de janeiro. A violência contra os cristãos chegou ao ponto de os extremistas queimarem algumas crianças vivas.
O ataque foi cometido por três mulheres suicidas e militares armados que chegaram em motocicletas. As cifras oficiais detalharam que morreram 86 pessoas, entre as quais encontraram algumas crianças que foram queimadas vivas.
Deste modo, 62 pessoas foram hospitalizadas com queimaduras no corpo inteiro, segundo uma declaração para a Associated Press do coordenador da agência nacional de emergência, Muhammed Kanar.
Sobre este cruel ataque, o Bispo de Maiduguri, Dom Oliver Dashe Doeme, assegurou que esta situação é “um desafio para o exército da Nigéria”.
O povo de Dalori está localizado aproximadamente a cinco quilômetros do quartel geral de operações que combate o Boko Haram. “A seita islamista quis demonstrar que, apesar das agressões infligidas pelas nossas forças armadas, ainda é capaz de atuar perto de Maidugiuri, seu lugar de origem”, disse o Prelado.
Em seguida, Dom Doeme explicou que as forças de segurança não estavam corretamente equipadas para defender o povo.
“Os soldados se queixaram, pois não têm armas para lutar eficazmente contra Boko Haram. Portanto, fazem falta maiores esforços por parte de todos”, sentenciou o Bispo.
Finalmente, expressou que o grupo islamista aproveitou de forma estratégica a falta de coordenação das forças da ordem, não obstante também assegurou que o exército já está lutando para entrar no bosque de Sambisa para combatê-los.
“É onde estão as principais bases da seita islamista. Enquanto não conquistarem esta base, os membros do Boko Haram podem atacar à vontade em várias regiões no norte da Nigéria”, denunciou Dom Oliver Dashe Doeme.
Este atentado terrorista ocorreu dois dias depois de outros ataques suicidas contra duas comunidades cristãs nos estados nigerianos de Adamawa e Borno, nos quais aproximadamente 26 pessoas morreram e várias ficaram feridas.